Querida Professora Paula,
Tomei conhecimento através do meu filho, que a senhora sendo professora de português, está preparando uma festa de “Halloween” e exigiu que seus alunos fizessem convites e outras coisas relativas à mesma. Disse-me também, meu filho, que quando ele e outros colegas disseram que não gostariam de fazer tais atividades, a senhora disse que eles teriam que fazer, pois se tratava de trabalhos da matéria, sobre os quais seriam todos avaliados.
Perguntei-lhe se foi assim também com o dia 21 de abril, dia de Tiradentes, ele me disse que não. Não teve festa, nem trabalhos alusivos. Perguntei “e quanto ao dia 7 de Setembro e à Sexta-feira da Paixão?” Ele me respondeu igualmente, não. Não houve nada. Não foi feito nada relativo a essas datas. Tal fato causou-me tal indignação que estou escrevendo esta carta.
Pareceu-me um grande absurdo, que uma educadora, que é professora de português, esteja promovendo festa de “Halloween”. Se ao menos fosse uma professora de inglês, poderia ter até algum cabimento, embora mínimo e igualmente execrável, pois tal educador estaria sendo um instrumento de expansão colonialista de outra cultura, em cima de uma nação acéfala e sem identidade própria.
Eu sei que a senhora não é a única professora a fazer isto neste imenso Brasil, céu de anil. Nesta nação que já aprendeu a ser papagaio, a apenas repetir o que a outra América está fazendo. Por isso faço-lhe esta carta e vou mandar algumas cópias para diversos setores da sociedade, porque ainda está na hora de revertermos este quadro. Precisamos começar, nesta nação, a mudar nossos valores, a cultivar o bem e a verdade, o amor e a bondade, a sinceridade, a seriedade e a dignidade.
É preciso que esta geração seja educada e espelhada, não em heróis maléficos, como bruxas e outros “bichos”, mas precisamos de educadores que possam conduzir a próxima geração, a valores como verdade, amor, honra, bondade e nobreza de caráter.
Este país precisa deixar de ser um país papagaio. Precisamos começar a sair do fosso da mediocridade em que estamos caídos. Para tanto precisamos que os nossos educadores usem um pouco da sua capacidade racional quando prepararem os currículos de suas matérias. Só através de uma educação sadia, poderemos começar a ter esperança na próxima geração.
É preciso parar com este genocídio intelectual que está sendo praticado nesta nação. Este belo país tropical, ainda pode mudar seu rumo em direção à grandeza. Já será um grande começo poder contar com educadores que preparem nossas crianças para serem amanhã, verdadeiros heróis, guerreiros do bem, cidadãos com honradez e hombridade, que aprenderam desde cedo, sobre Tiradentes, Duque de Caxias, Ayrton Senna e outros bons exemplos.
Como disse um grande orador e vereador desta cidade, Lenildo Magdalena: “Conspira contra sua própria grandeza, o povo que não cultiva seus feitos heróicos”. Também conspira contra sua própria grandeza, o povo que cultiva valores da mediocridade, da malignidade, da traquinagem, da perversão e da bruxaria. Não posso aceitar passivamente esta conspiração.
Na certeza de sua acolhida e compreensão pela minha justa indignação, espero que a educação tome melhor rumo, não apenas na sua classe, mas em toda esta escola, e quiçá em todo Brasil.
Sandoval R. de Oliveira